segunda-feira, 7 de março de 2011


Enredos falaram sobre história da medicina, medo e Nelson Cavaquinho.
Seis escolas abriram primeiro dia de desfiles na Marquês de Sapucaí.

Segunda escola a desfilar, a Imperatriz levantou o sambódromo ao falar com bom humor da história da medicina. Já a Unidos da Tijuca, quarta a entrar na avenida, encantou com um enredo sobre o medo no cinema, contado com ajuda de carros cheios de efeitos e alas coreografadas. Última escola, a Mangueira exaltou sua própria história com a trajetória de Nelson Cavaquinho e voltou a impressionar o público com as paradinhas e a força de sua bateria.
Na opinião dos internautas, as melhores escolas deste primeiro dia de desfiles foramImperatriz Leopoldinense (9,14), Mangueira (8,9) e São Clemente (8,68). A votação não incluiu as agremiações que sofreram com o incêndio na Cidade do Samba (Portela, Grande Rio e União da Ilha do Governador).
No G1, os internautas deram notas de 5 a 10 em 6 quesitos: samba-enredo, bateria, comissão de frente, alegoria e adereço, fantasia e mestre-sala e porta-bandeira. A votação não tem relação com o julgamento oficial. Confira as notas dadas pelos internautas.
Imperatriz, Tijuca e Mangueira foram destaques da primeira noite de desfiles  (Foto: G1)Imperatriz, Tijuca e Mangueira foram destaques da primeira noite de desfiles (Foto: G1)
São Clemente
A escola fez um desfile descontraído e colorido na abertura da noite. Ela exaltou as belezas naturais do Rio de Janeiro no seu retorno ao Grupo Especial. A São Clemente apresentou o enredo 'O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza'. Um dos destaques foi o samba, que tinha boa melodia e o apoio de versos de fácil memorização. Eles foram cantados no sambódromo: “Sou carioca e são clemente/Irreverente, minha paixão/Meu rio sua beleza inspira o mar azul/Canta zona sul!”.
A comissão de frente da São Clemente mostrou a reunião dos principais santos de devoção no Rio em um conselho deliberativo para decidir a fundação e os caminhos da cidade. Os passistas da comissão de frente evoluíram ao lado de ciclistas. Durante a apresentação, um dos integrantes levou um tombo com a bicicleta, mas se recuperou logo em seguiida e seguiu no desfile.
Imperatriz Leopoldinense
Medicina e carnaval: a parceria aparentemente improvável proposta pela Imperatriz Leopoldinense deu samba e coloriu a Sapucaí. Com o enredo "A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde", a verde e branco de Ramos fez um desfile bem elaborado tecnicamente. No lugar do luxo barroco dos últimos desfiles da escola, o carnavalesco Max Lopes apostou na explosão de cores, no humor e no belo acabamento das fantasias para tentar quebrar o jejum de 10 anos sem títulos.
Primitivos curandeiros, avanços da medicina e até as doenças modernas como a ‘gripe suína’ e o ‘mal da vaca louca’ foram tratados com capricho e descontração. Temas como gravidez, implantes e até bebês de proveta também foram lembrados pelas alas. Um princípio de incêndio no sistema de embreagem do abre-alas provocou um susto na concentração da escola, mas os bombeiros agiram rápido e controlaram o fogo, sem nenhum prejuízo.
 Portela
Uma das afetadas pelo incêndio que atingiu a Cidade do Samba, a Portela não deixou se abater e levou para a Marquês de Sapucaí um desfile com muito brilho e a empolgação de seus 4 mil componentes. A escola chegou a extrapolar o tempo, mas eles não serão levados em conta já que a escola não disputa título este ano.
A superação deu o tom do desfile sob o enredo “Rio, azul da cor do mar”, que tratou dos mitos sobre monstros e criaturas das profundezas do mar, além de homenagear os 100 anos do Porto do Rio, exaltado como a porta de entrada do país. Na avenida, não havia sinais das perdas que a escola teve no incêndio.
Unidos da Tijuca
O carnavalesco Paulo Barros comandou um novo espetáculo. Quarta escola a desfilar, a escola repetiu a fórmula que rendeu o título de 2010: colocou na avenida efeitos especiais, alas coreografadas e pontuou o desfile com referências pop. A agremiação tratou do medo no cinema com o enredo "Esta noite levarei sua alma".
Truques de ilusionismo encantaram o público já na apresentação da comissão de frente. Integrantes fantasiados como se fossem mortos-vivos desenvolveram uma coreografia na qual simulavam ‘tirar’ a cabeça do pescoço e também deslocar o tronco da cintura.
Os passos combinados e movimentos de mãos foram uma marca da apresentação. Eles estiveram também no carro ‘Avatar’, que trouxe o pássaro gigante Toruk Makto acompanhado de desenhas de foliões que desenvolviam movimentos pré-combinados.
O carro ‘Transformers’ também fez sucesso na Sapucaí. Nele, homens se transformam em carros vermelhos. Outro destaque entre os efeitos foram as alegorias que simulavam o ataque de um tubarão e outro que lembrava o herói Indiana Jones.
 Vila Isabel
O inusitado enredo sobre a história do cabelo foi apresentado de forma criativa e bem-humorada pela Vila Isabel. A escola  levou para Sapucaí um festival de musas, entre elas a top Gisele Bündchen, que fez sua estreia no sambódromo e estava fantasiada de Vênus de Milo. Bárbara Borges, Quitéria Chagas e as ex-BBBs Lia Khey e Ariadna completaram a lista de celebridades.
Com o enredo “Mitos e história entrelaçados pelos fios de cabelo”, a escola veio com praticamente todos os seus cerca de 4 mil componentes vestindo perucas para retratar as modas, costumes e histórias de madeixas que fizeram a cabeça da humanidade.
Magueira
A Estação Primeira de Mangueira realizou um carnaval empolgante com o enredo "O filho fiel, sempre Mangueira", em homenagem a Nelson Cavaquinho. Desde a concentração a escola fez uma apresentação emocionada: o cronômetro foi ligado enquanto o ator Milton Gonçalves ainda lia um poema em homenagem a Nelson Cavaquinho, o que fez a escola entrar na avenida após dois minutos.
Além de fantasias e carros bem acabados, o bom samba da escola foi cantado pelo público. As arquibancadas permaneceram cheias até o amanhecer, mesmo com pancadas de chuva leve que caíram no começo da apresentação.
Destaque da escola, a bateria repetiu diversas vezes uma paradinha que deu espaço para que os integrantes cantassem com entusiasmo o verso "Traço o meu passo no compasso/ Do surdo de primeira.../Sou Mangueira!". O encerramento da escola pode ter ficado comprometido no quesito evolução. Ela apertou o passo para encerrar o desfile dentro do tempo máximo: uma hora e 21 minutos.

domingo, 6 de março de 2011


Mocidade Alegre deu show com bateria coreografada e 'silêncio' na avenida.
Gaviões empolgou público; Império trouxe carros e fantasias elaboradas.

Mocidade, Gaviões e Império foram os destaques da segunda noite em São Paulo (Foto: G1)Mocidade empolgou com bateria, Gaviões trouxe animação para arquibancada e Império investiu em grandes alegorias; escolas foram destaques da segunda noite em São Paulo (Foto: G1)
Belos efeitos visuais, sambas que mexeram com o público e musas em fantasias ousadas marcaram a noite de desfiles que teve Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel e Império da Casa Verde como destaques. A segunda noite de desfiles em São Paulo ocorreu sem chuva ou incidentes que pudessem comprometer o brilho da festa.
Sete escolas se apresentaram no Sambódromo do Anhembi entre a noite de sábado (5) e a madrugada de domingo (6), último dia de desfile do Grupo Especial.
Na opinião dos internautas, as melhores escolas deste segundo dia de desfiles foram Gaviões da Fiel (9,19), Nenê de Vila Matilde (8,93) e X-9 Paulistana (8,84). No G1, os internautas deram notas de 5 a 10 em 6 quesitos: samba-enredo, bateria, comissão de frente, alegoria e adereço, fantasia e mestre-sala e porta-bandeira. A votação não tem relação com o julgamento oficial. Confira as notas dadas pelos internautas.
A escola vitoriosa do carnaval paulistano será conhecida na terça-feira (8). A apuração das notas está marcada para ocorrer a partir das 16h.
Nesta segunda noite de desfiles, a Mocidade Alegre defendeu o enredo 'Carrossel das Ilusões' e encantou o público com a coreografia e o desempenho da bateria comandada pelo Mestre Sombra.
Com carros criativos e bem acabados, lamentou a quebra do eixo da quarta alegoria. O problema mecânico impediu a apresentação do carro alegórico que teria um grande cinema 3D.

Novamente empurrada pela torcida nas arquibancadas, a Gaviões da Fiel cumpriu com técnica a tarefa de apresentar um enredo baseado na cidade de Dubai. Última a desfilar, a Império da Casa Verde voltou a impressionar com seus carros grandiosos e um enredo inusitado sobre a história da cerveja.
Nenê de Vila Matilde
O retorno da Nenê de Vila Matilde ao Grupo Especial foi básico, mas com o tempero da tradição. Com o enredo, “Salis Sapientae – Uma História do Mundo!", a escola abriu o segundo dia de desfiles com a história do sal. A escola fez um desfile tecnicamente correto e fechou a apresentação dentro do tempo regulamentar.
Apesar da simplicidade em parte das fantasias e alegorias, a comunidade da Zona Leste cumpriu a promessa de fazer um "carnaval de superação". Um dos destaques da escola foi sua comissão de frente, que usou um truque para 'transformar' uma mulher em "estátua de sal".
A escola foi muito aplaudida em sua passagem pela avenida. O luxo marcou presença na fantasia da madrinha da bateria. Angela Bismark desfilou com uma coroa de 3 mil cristais, avaliada em R$ 20 mil. Melissa Pereira veio como rainha. A escola também chamou a atenção por trazer na comissão de frente destaques com um seio de fora, representando as cidades de Sodoma e Gomorra.
Águia de Ouro
A Águia de Ouro buscou uma receita que costuma render bons carnavais. Escolheu fazer um desfile em torno de um enredo de tema simples e investiu na produção de belas alegorias. Além disso, deu espaço para passistas e destaques desfilarem com fantasias mínimas.
Segunda escola a passar pelo Anhembi,  ela contou a história do fogo com o enredo 'Com todo gás a Águia de Ouro é fogo'.
A primeira surpresa para o público foi apresentada já no abre-alas. Para transmitir o calor do fogo ao público, o carro tinha som e foi equipado com telões de LED de 46 polegadas. Instalados nas laterais, eles exibiram cenas de chamas e labaredas. No mesmo carro, uma equipe de especialistas operou um vulcão de 12 metros que lançou labaredas no sambódromo.
 
Mocidade Alegre  
A bateria da Mocidade Alegre não teve receio de perder o ritmo com a paradinha. Antes mesmo de entrar no recuo, ela interrompeu o acompanhamento e deu espaço para os componentes cantarem o samba.
Na sequência, Mestre Sombra fez a bateria evoluir com movimentos coreografados. Os ritmistas se dividiram em dois blocos e trocaram de posição a poucos metros de chegar ao ponto de recuo. Um das atrações mais aguardadas do desfile, o quarto carro alegórico, que apresentaria um grande cinema 3D, teve problemas com o eixo e não chegou a se apresentar.
 Vila Maria
A Unidos de Vila Maria transformou o Sambódromo do Anhembi numa luxuosa sala de espetáculos. O universo das óperas, balés, montagens de teatro, bailes e festivais foi apresentado em belas fantasias e alegorias. O desfile começou às 2h41 e terminou às 3h45, dentro do tempo regulamentar. Com um desfile tecnicamente correto e sem incidentes, a agremiação chega com força para brigar pelas primeiras posições na apuração de terça-feira.
O enredo “Teatro Amazonas, Manaus em cena” apresentou a trajetória da casa de espetáculos de mais de 110 anos, ícone da cidade de Manaus, que foi construída por empresários europeus com o dinheiro da borracha.
 X-9 Paulistana
A X-9 Paulistana fez um desfile sem inovações e tecnicamente bem elaborado na homenagem ao humorista Renato Aragão. A apresentação foi repleta de referências aos programas de televisão e filmes protagonizados pelo humorista. A escola também exaltou o Ceará, estado natal do "eterno trapalhão".

A apresentação foi marcada pela presença dos amigos e da família do humorista. Renato, que foi destaque na quinta alegoria, mostrou ter ficado apreensivo com a instabilidade da plataforma onde estava uma escultura do Cristo Redentor. Apesar do receio com os balanços da alegoria, o desfile transcorreu sem incidentes. O samba com refrão fácil chegou a animar as arquibancadas do Anhembi.
 Gaviões da Fiel
Com fogos de artíficio, bandeiras e gritos, o público transformou o Sambódromo em estádio. Com o enredo “Do mar das pérolas e das areias do deserto à cidade do futuro. Dubai, o sonho do Rei Maktoum”, a Gaviões da Fiel trouxe para a avenida as maravilhas naturais, relações comerciais e os mitos que rondam a cidade de Dubai.
O carro abre-alas apresentou o tradicional gavião da escola, que este ano veio dourado, com movimentos de asas, de patas e emitindo sons. A tecnologia das alegorias, desenvolvida por carnavalescos da festa do Boi de Parintins, também estava na alegoria de um imenso bebê que representava o futuro de Dubai.
 Império de Casa Verde
Quando a escola entrou na avenida, às 6h28, já estava claro. A agremiação encerrou o desfile às 7h32. Apesar do desafio de se apresentar a um público já cansado, a escola mostrou empolgação, fez um desfile tecnicamente correto e chega com força para a apuração.
Com uma estátua de um gigante escorpião rei, o abre-alas falou da invenção da cerveja e trouxe elementos da cultura egípcia em meio a imagens de tigres - símbolo da escola. O tamanho das alegorias foi um dos destaques da escola.