O governo Lula registrou em cartório nesta quarta-feira um documento com um balanço dos últimos oito anos de administração petista. O documento, apresentado em uma cerimônia no Palácio do Planalto, destaca as conquistas econômicas e sociais, lembrando que a campanha eleitoral já destacava a necessidade de priorização da melhoria das condições de vida do povo.
Outras ações consideradas urgentes, de acordo com o documento, eram a busca pela retomada do "crescimento econômico e a manutenção do controle da inflação, além da redução da vulnerabilidade externa, o desenvolvimento dos mercados e a reconstrução do sistema de financiamento”.
O balanço também lembra da "Carta ao Povo Brasileiro", de 2002, que defendia o superávit primário, redução da vulnerabilidade externa e da taxa de juros, crescimento combinado com políticas sociais e programas contra a fome como caminho para um crescimento sustentável.
O documento faz um retrato da situação do Brasil em dezembro de 2002 nas questões onde houve evolução: taxa de câmbio em R$ 3,53; risco país elevado, em 1.460 pontos; inflação em 12,5% medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo); dívida líquida do setor público em 60,6% do PIB; reservas internacionais em 37,8 bilhões de dólares, sendo metade emprestada do FMI (Fundo Monetário Internacional); e desemprego de 11,7%, segundo o IBGE.
Como balanço da política monetária do início do governo até 2010, o documento mostra que em oito anos foi possível reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 25% ao ano para 10,75% ao ano. A inflação medida pelo IPCA passou de 12,5% para algo próximo a 5%. O saldo de crédito bancário subiu de 22% para 46,2% do PIB e o spread dos bancos (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes) caiu de 31,1% para 24,3%. O prazo médio de crédito, segundo o documento, aumentou de 227 para 457 em dias corridos. Por outro lado a inadimplência passou de 4% para 4,8%. O desemprego chegou a cerca de 6% e a dívida externa foi paga.
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