quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Saúde vira caso de polícia em Santarém

Ana Cláudia Tavares não é mais diretora do Hospital Municipal de Santarém. Ela entregou o cargo na noite desta terça-feira (15), às 23h45, durante coletiva à imprensa, após ser liberada pela Polícia Civil onde passou mais de três horas prestando esclarecimentos ao delegado Silvio Birro.

Foi a promotora de Justiça Janaina Andrade de Sousa que determinou a prisão de Ana Cláudia por possível omissão de socorro a uma paciente do PSM, uma criança de 12 anos.

Janaína Andrade e mais cinco representantes do Ministério Público Estadual (MPE) estiveram na emergência do PSM verificando mais uma denúncia contra aquela unidade de saúde. Ana Cláudia, que não estava mais em horário de trabalho, foi chamada e quando chegou ao pronto socorro recebeu ordem de prisão verbal da própria promotora de Justiça.

O delegado Silvio Birro acompanhava a comitiva do órgão ministerial e conduziu Ana à Seccional de Polícia. Ela foi levada à delegacia em seu carro, pois se recusou a embarcar na viatura policial. 

Os advogados da diretora do HM afirmam que a prisão de Ana Cláudia foi ilegal e que houve excesso por parte da promotora e que vão representar contra ela. 

Janaína Andrade preside um inquérito criminal, que apura possíveis irregularidades na emergência do PSM desde o ano passado, quando o MP decidiu verificar as denúncias sobre omissão de socorro e negligência médica no hospital municipal. 

Nenhum mandado judicial foi apresentado pela representante do MP, que respaldasse a prisão de Ana Tavares.

O episódio mobilizou advogados, amigos, familiares, assessores da Secretaria Municipal de Saúde e também da Prefeitura, além do procurador jurídico do município, Isaac Lisboa. 

A coletiva foi realizada nas dependências do Hemopa. Lá, Ana Cláudia entregou o cargo. O constrangimento pelo qual passou nesta terça-feira, disse, foi o que a motivou sair da direção do HM. O secretário José Antonio Rocha ainda não anunciou o substituto de Ana.



Será que a ordem de prisão foi motivos pessoais!


Ganha musculatura a tese de que ordem de prisão da diretora do HMS (Hospital Municipal de Santarém), Ana Cláudia Carvalho, dada ontem (15) pela promotora Janaína Andrade, do MP (Ministério Público) do Pará, tem viés apenas pessoal.
A omissão de socorro justificada pela promotora para o ato não encontra amparo nos fatos por inúmeras razões, entre as quais:
1) a paciente já teria sido devidamente atendida no HMS. Aguardava apenas a abertura de uma vaga no HRBA (Hospital Regional do Baixo Amazonas) para ser removida;
2) a paciente não corria risco de morte.
Por conta disso, Ana Claúdia, que pediu exoneração do cargo, deve entrar com representação no MP contra a promotora e ajuizar ação contra ela na Justiça por danos morais.
O novo nº 1 do HMS é agora o médico Edson Filho, que ocupava o cargo de diretor administrativo do HMS.

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