Organização alerta, porém, para risco de se aumentar o consumo de comida sem respeitar a natureza.
Com a perspectiva de a população mundial crescer de 6 bilhões para 9 bilhões de pessoas até 2050, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)alerta que é preciso aumentar a produção mundial dealimentos em 70% nos próximos 40 anos para erradicar afome no planeta.
Alcançar a meta é um “grande desafio, mas não é impossível”, diz Hélder Muteia, representante da entidade. Para ele, o aumento de produção com menos investimentos é uma forte tendência, e é preciso fazê-lo de formaecologicamente sustentável.
“Com a pressa de produzir estamos degradando o meio ambiente e há uma utilização exagerada de agroquímicos, o que pode afetar a sustentabilidade ambiental. É importante ganhar dinheiro, mas é preciso pensar também nos valores, tanto em sustentabilidade social quanto ecológica”, afirma Muteia.
Ele também acredita que o Brasil pode ser um grande colaborador na tarefa de acabar com a fome no mundo, “não só por ter recursos naturais como solo e água, mas pela sua capacidade técnica, exportando conhecimentos e experiências”.
Hoje, a maior preocupação com relação à segurança alimentar, segundo o representante, está voltada para a região da África Subsaariana e para alguns países da Ásia.
De acordo com Muteia, entre 2009 e 2010, caiu o número estimado de famintos no mundo: de 1,023 bilhão para 925 milhões. Mas essa estimativa não leva em conta os impactos provocados pelas enchentes no Paquistão – que, em agosto deste ano, deixou mais de 4 milhões de desabrigados – nem a estiagem prolongada que afetou a produção agrícola da Rússia.
Atualmente, uma em cada seis pessoas no planeta passa fome e, a cada cinco minutos, uma criança morre pordesnutrição.
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