quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mulher morta durante chuva havia acabado de passar em concurso

Kleber TomazDo G1 SP
A professora Michele Borges, de 28 anos, a primeira vítima fatal das enchentes causadas pelas intensas chuvas do verão em São Paulo, morreu no mesmo dia em que soube da sua aprovação num concurso público para ser professora da rede estadual de ensino. Na noite de terça-feira (21), ela desapareceu ao ser arrastada por uma correnteza que derrubou o muro do condomínio onde morava com a mãe, na Zona Sul da capital paulista, no momento em que tentava resgatar seu carro, que era levado pela enxurrada que havia invadido o local. Seu corpo foi encontrado na madrugada desta quarta (22), a cerca de dois quilômetros de onde tinha sumido.

Segundo o irmão dela, o analista financeiro Leandro Borges, de 32 anos, Michele havia acordado feliz na manhã de terça com a notícia de ter passado no concurso para ser professora efetiva da disciplina de artes. “Ela estava feliz, eufórica. Era o grande sonho dela, mas infelizmente, minha irmã não pôde desfrutá-lo”, disse Leandro na manhã desta quarta (22) ao G1. “Ela já era professora de artes havia cinco anos, mas não era efetiva. Me lembro dela estudando quatro meses direto só para passar agora. Uma pena.”
Segundo Leandro e informações do boletim de ocorrência registrado no 92º Distrito Policial, Michele tinha visto pela janela do apartamento que seu veículo era arrastado pela água da chuva. Foi quando ela resolveu descer do sexto andar até o térreo. “Foi quando o muro do prédio caiu com a força da água, veio uma correnteza e levou minha irmã junto”, disse Leandro. “Minha mãe me ligou à noite dizendo que minha irmã tinha sumido. Moro num condomínio vizinho e tentei ir para lá, mas tive de esperar 30 minutos até a água baixar o nível porque não dava para atravessar a rua”.
Michele estava no condomínio residencial Projeto das Américas, na Estrada do M’ Boi Mirim, quando desapareceu ao ser tragada pelas águas. Após buscas, bombeiros a localizaram morta na Avenida Guido Caloi, perto de uma oficina mecânica da Viação Gatusa.
Segundo informou a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, a Polícia Civil aguarda o resultado do laudo sobre a morte de Michele para anexar ao boletim de ocorrência. Familiares da vítima suspeitam que ela tenha morrido por afogamento e em decorrência de fraturas múltiplas pelo corpo.

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